quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quando o apoio faz a diferença!

Hoje em dia, diversos estudos e pesquisas de campo envolvendo seres humanos em sua situação de depressão e seus familiares, comprovam que quando há o apoio familiar, o paciente tende a aceitar a psicoterapia e o seu quadro pode vir à mudar.
Alguns autores ressaltam a eficácia da terapia familiar associada a uma alteração da percepção das pessoas que convivem com o paciente, que se tornam mais sensíveis à melhora de suas condições emocionais, o que acaba por criar um círculo virtuoso que acelera sua recuperação. O fato de o atendimento em grupo ter gerado um resultado mais expressivo poderia ser explicado pela oportunidade de os membros da família poderem compartilhar suas experiências com as de outras famílias, sugerem os pesquisadores. (Revista mente e Cérebro Especial Doenças do Cérebro - Depressão, pg 15,2011)
Então assim, para o indivíduo com depressão já é complicado todo o processo de mudar ou tentar mudar toda a sua rotina, mas, quando há os familiares envolvidos e empenhados no processo, há de se entender que esta participação contribui e muito para a melhora do sujeito.
É fato. Então se há um sujeito em sua família que sofre de depressão, preste atenção nele, e se importe em estar com ele na luta para uma vida mais saudável.

Mariane Reinaldo Duarte

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Você enxerga aquilo que você quer!

Tudo o que vivenciamos na vida é uma questão de interpretação.
A maneira como se lida com cada situação no dia-a-dia determina ou pré-determina como se vai filtrar cada momento, e lidar com ele.
Situações de estresse, relacionamentos, filhos, trabalho, lazer, cada instante em que passamos por quaisquer situações tendemos a interpretá-las. E essa interpretação no decorrer da vida, vai depender somente de cada um, e de todo seu estado de espírito naquele momento. Quantas vezes no decorrer do dia pensamos antes de agir?, de dizer alguma coisa?, quantas vezes depois de uma situação, pensamos que poderíamos ter agido diferente?, e quão chata é essa situação de arrependimento, ou frustração por ter feito diferente?!
A vida é feita de escolhas, e cada escolha determina quem podemos nos tornar, e o caminho que posteriormente podemos seguir.
E essas escolhas da vida, que consequentemente afetam nosso dia-a-dia, vão depender somente da interpretação e do jeito como se vê.

Mariane  Reinaldo Duarte

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Auto-sabotagem.


"Há momentos em que os conflitos e os traumas que ocorrem na nossa infância são tão fortes que não podem ser desfeitos. A consequência disso é que algumas pessoas fazem concessões que limitam seu potencial, mas que estão dispostas a aceitar. Elas se acomodam em vez de partir para uma batalha que exigiria muito esforço. Há, por vezes, uma consciência de que os ganhos em manter o status quo são maiores do que o preço pago pela mudança - porque mudança também significa revolução. Mas o ponto importante é: há uma  grande diferença entre estar em situações difíceis que ocorrem sem que a pessoa tenha consciência do que está acontecendo e o reconhecimento de que há alternativas e que é possível efetivar mudanças em comportamentos de auto-sabotagem. Freud escreveu: "Na verdade, eu sempre soube disso; só que isso não me passava pela cabeça." Não é, se não, outra maneira de falar sobre todos esses contratos não escritos, inconscientes."

Por Stanley Rosner e Patricia Hermes.
Em O Ciclo da auto-sabotagem:
Por que repetimos atitudes que destroem nossos relacionamentos e nos fazem sofrer. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Estresse no trabalho pode levar funcionário ao colapso


Alta competitividade no mercado e prazos curtos para conclusão de trabalhos. Instabilidade no cargo e falta de perspectivas. Metas intangíveis. Rotinas que superam oito horas diárias no trabalho, muitas vezes sem pausas.
Falta de privacidade no ambiente profissional. Desentendimentos com colegas e assédio moral. Insatisfação com salários. Pressão exercida pelos chefes. São vários os fatores que levam a circunstâncias consideradas estressantes no ambiente corporativo.
O que pouca pessoas sabem é o que o estresse realmente significa. A psicóloga especialista no assunto e presidente Isma-BR, filial brasileira da Associação de Prevenção e Treinamento do Estresse (International Stress Management Association) Ana Maria Rossi, explica:
- É um conjunto de reações do corpo a situações inesperadas, que podem ser boas ou ruins. As maléficas tendem a se prolongar.
Nos casos de prolongamento surgem os problemas, especialmente no local de trabalho.
Segundo estudo da Isma-BR, 70% da população economicamente ativa do país vive sob a influência do estresse. Por causa de prejuízos à saúde relacionados a esse mal, 28 mil pessoas tiraram licença médica no Instituto Nacional do Segura Social (INSS) de janeiro a agosto deste ano, um crescimento de 20% em relação aos oito primeiros meses do ano passado. Uma maneira de controlar o estresse no ambiente profissional é tirar períodos de repouso durante o turno.
É o que faz Neivaldo José Silva, 48 anos, 25 deles dedicados à profissão de controlador de voo. Sua jornada diária é de oito horas, mas ele aponta a importância do descanso.
- O controlador deve trabalhar, no máximo, duas horas ininterruptas. O nível de atenção é muito alto, o aparelho parece um videogame e, neste jogo, vidas estão envolvidas.
Para ficar zen...
- Tente, se possível, identificar e resolver, ou então, evitar o fator desencadeante.
- Identifique se a sua reação ao fato não está sendo desproporcional;
- Faça regularmente uma atividade física, que promove a liberação de substâncias  responsáveis pela sensação de bem-estar (endorfinas);
- Busque técnicas de relaxamento (ioga, meditação, alongamento);
- Saia com os amigos;
- Tire férias regularmente;
- Evite o consumo exagerado de álcool, fumo e comidas gordurosas.

Por Correio Braziliense
Diário Catarinense
(9 de outubro de 2011)


Inúmeros casos de estresse acabam não sendo "trabalhados", e as situações acontecem e são levadas de casa para o trabalho, e do trabalho para a casa, e em diversas situações no dia a dia. O que, é importante lembrar que causa mau funcionamento ou rendimento pessoal, em qualquer das situações.
Em pesquisa de campo realizada com as amigas Psicólogas Bruna Zilda e Karine Maiato, nas dependências do Complexo dos Bombeiros Militares em uma cidade na região Sul de Santa Catarina, pude constatar o quão é importante que eles tenham um acompanhamento, pois são acometidos à situações consideradas desencadeadoras de estresse.
Assim como diversos outros profissionais, funcionários e qualquer pessoa está acometida a alguma situação que pode vir a desencadeá-lo.
Vale lembrar que alimentação saudável, vida social, relaxamento, exercício físico, acompanhamento psicológico contribuem e muito para a diminuição do estresse.
Tenho alguns projetos na área, qualquer dia publico mais sobre eles.

Por Mariane Reinaldo Duarte
Psicóloga CRP 12/ 10615

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Solte suas emoções!


Pesquisas revelam o benefício da expressão dos sentimentos na vida pessoal e
profissional e os danos para quem guarda tudo para si.
por Carina Rabelo

Há um preconceito enraizado contra a livre expressão das emoções na cultura ocidental. Quem demonstra angústia, raiva, alegria excessiva ou medo, tanto no trabalho como na vida pessoal, é considerado passional, irracional, frágil e despreparado para enfrentar a realidade da vida. É aquele que não aprendeu a domar os seus sentimentos e a desenvolver aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade. Hoje, fala-se muito em inteligência emocional, mas nem todos entendem o seu real significado. Não se trata de adestrar o comportamento e suprimir os impulsos para atingir objetivos, mas identificar (e aceitar) a manifestação das emoções mais primárias, inclusive as desconfortáveis. 
Pesquisas recentes comprovam a importância do reconhecimento e da expressão das emoções - até as negativas. Levantamento da Harvard Medical School, dos Estados Unidos, concluiu que quem reprime frustrações tem três vezes mais chances de se tornar vulnerável no trabalho.
"As pessoas consideram a raiva como uma emoção terrivelmente perigosa e encorajam a prática do pensamento positivo", explica o autor da pesquisa, George Vaillant, que entrevistou 824 profissionais e acaba de divulgar o estudo. "Mas a raiva pode ajudar as pessoas a se tornarem mais assertivas e com uma facilidade maior para se posicionarem", diz Vaillant, os profissionais que falam o que pensam conquistam o respeito dos seus pares e têm mais chances de receber uma promoção.
Um estudo realizado nos Estados Unidos pela Columbia Business School, pela California University e pela Duke University defende que as emoções podem ser mais confiáveis do que a razão em momentos de decisão. Publicada no mês passado, a pesquisa O papel das emoções nas escolhas sustenta que os sentimentos são um conjunto de programas que nos ajudam a resolver problemas recorrentes, como por quem vamos nos apaixonar ou se devemos escapar de um predador.
"As opções emocionais têm mais consistência do que as fundamentadas nos processos cognitivos", afirma o coordenador do estudo, On Amir, da California University. "Se uma pessoa compra uma casa com base em atributos racionais, como valor de revenda, provavelmente não ficará satisfeita em morar nela. O coração é mais confiável do que a razão pura na garantia da felicidade a longo prazo", diz.
Em outubro do ano passado, um trabalho da Columbia University comprovou que quem negocia com emoção ganha mais dinheiro. Os pesquisadores Andrew Stephan e Michel Tuan Pham dividiram duas equipes em laboratório. Uma deveria negociar com a razão, e a outra, com os sentimentos. "O segundo grupo demonstrou mais prazer em executar a atividade, vendeu de forma mais simples, a preços mais baixos, mas em maior quantidade. Os racionais venderam menos e mais caro", afirma Pham.



BLOQUEIOS Adriana Sabbag
recuperou a afetividade depois de
enfrentar conflitos pessoais, que
esfriaram sua relação com a família.






A apologia à racionalidade ignora o poder dos sentimentos. São eles que levam o indivíduo à ação, permitem sonhar, possibilitam o afeto, a generosidade e conduzem o mundo às grandes
mudanças ideológicas. "Toda emoção deve ser vivida até o fim, sem supressão ou substituição", defende o psiquiatra José Maria Martins, Ph.D. em psicologia clínica e autor do livro A lógica das emoções. Até à saúde elas fazem bem. Estudo do ano passado do departamento de psiquiatria da Wisconsin University, nos Estados Unidos, comprovou que os tímidos são mais suscetíveis ao stress. A dificuldade em colocar para fora os sentimentos os torna mais ansiosos, mesmo em situações simples e seguras.
Há uma certa unanimidade sobre os benefícios da expressão de emoções positivas, como felicidade, amor, alegria, prazer, entusiasmo. Mas, quando se fala em raiva, ódio, angústia, mágoa, ressentimento, há um consenso implícito de que elas devem ser escondidas, evitadas. As pesquisas estão derrubando esta crença e os psicólogos afirmam que as emoções negativas têm o seu valor (leia quadro à dir.). "Quando a pessoa não reconhece um sentimento ruim em si mesma, por medo da crítica ou por perfeccionismo, ela explode lá na frente em ações negativas", afirma a psicóloga Madalena Cabral Rehder.
O local de trabalho costuma ser visto como o ambiente menos propício para manifestar
sentimentos. "A estratégia das organizações de fixar metas e objetivos para os funcionários criou uma disciplina de comportamento que condena a expressão das emoções individuais", avalia Antônio Valverde, professor de filosofia da PUC-SP. "Por isso, há tanta monotonia, pouca solidariedade e escassa criatividade nas empresas."
Mesmo com a lógica da racionalidade, não faltam exemplos de quem alcançou o sucesso
profissional vivenciando as emoções. A publicitária Valéria Ordonhez, 42 anos, tornou-se diretora de atendimento da agência de propaganda Young & Rubicam sem abrir mão da sua personalidade. "A sinceridade é o melhor caminho para se estabelecer relações pessoais e profissionais duradouras", aposta. Aos 22 anos, foi contratada como assistente no setor de pesquisa da agência. Com carisma, competência e sem deixar de dizer o que pensa, Valéria foi promovida ao atendimento, gerenciando grandes clientes como LG, Colgate-Palmolive e Goodyear. A estratégia foi adquirir a confiança da equipe, criando um vínculo afetivo com as pessoas no trabalho e amizade com alguns anunciantes.
IRREVERÊNCIA Sem medo de dizer o que pensa e com muito bom humor, Valéria Ordonhez construiu uma sólida carreira em publicidade
"Toda profissão lida com relações entre pessoas. A melhor forma de nos comunicarmos com elas é identificando o que as emociona e mostrando o que nos emociona", diz a publicitária - ela já chegou a dançar e cantar para vender uma campanha a um grande anunciante. Para Valéria, cargos de chefia exigem profissionais decididos, que saibam defender as suas ideias e deixem a emoção fluir. "Tem de se impor e dizer o que pensa.
Os muito racionais perdem grandes oportunidades. É a emoção que nos ajuda a enxergar os
caminhos alternativos aos problemas", acredita. Não é como age boa parte das profissionais. Uma pesquisa realizada com 1.503 latino-americanas entre 18 e 35 anos, encomendada pela Rexona e recém-divulgada, revela que 65% procuram deixar de lado as emoções no trabalho. As brasileiras são as mais racionais: 83% agem desta forma.
Nas grandes empresas, a emoção é um ativo valorizado hoje em dia, um dos pontos altos dos
questionários de avaliação. "Não há mais o interesse pelo funcionário robótico, em quem ninguém confia por não saber o que ele pensa", afirma o consultor de recursos humanos Luiz Wever. "A pessoa tem de assumir aquilo que é e as suas ideias, e aqueles que almejam cargos de gestão, precisam aprender a dar valor às pessoas ao seu redor."
Pesquisa da Universidade de Economia de Washington, nos Estados Unidos, confirma a tendência e mostra que os emocionalmente ambivalentes são mais inovadores. Após entrevista com 140 estudantes, o estudo indicou que quem tem emoções positivas e negativas ao mesmo tempo é mais criativo do que quem se sente apenas feliz ou triste ou não sente nada. "Isso ocorre porque as pessoas ambivalentes desenvolvem habilidades criativas para lidar com o ambiente", diz Christina Fong, autora do estudo. A sensibilidade para reconhecer associações pouco usuais, dificilmente detectadas pelos muito felizes ou tristes, é o que favorece a criatividade no trabalho.
A supressão das emoções pode ser uma tarefa árdua para quem lida com profissões que exigem racionalidade extrema. O médico Bernardo Entschev, 39 anos, especializouse em neurocirurgia craniofacial, área de técnica muito apurada e total pragmatismo. "A sensibilidade não é treinada no curso de medicina. Na execução das cirurgias, o profissional deve deixar as suas emoções de lado para não interferir no procedimento", conta. Aos 30 anos, resolveu mudar de profissão. "Queria exercer uma atividade que me permitisse maior contato com as pessoas, estar mais próximo ao comportamento humano", diz ele. Foi quando decidiu ingressar na área de consultoria em recursos humanos. A nova profissão trouxe para fora as emoções contidas. "Aprendi a dar valor ao 'obrigado', 'bom-dia', 'como você está'. Mostrar às pessoas que me importo com elas, dar o mínimo de atenção", diz ele. "Isto não é comum entre os médicos, que vivem isolados."

REVIRAVOLTA Para ter um contato mais
próximo com as pessoas, o
neurocirurgião Bernardo Entschev trocou
a medicina pela área de recursos
humanos

Se os sentimentos são importantes até no trabalho, no ambiente familiar são cruciais. "Pais que não falam sobre as suas emoções em casa contribuem para que seus filhos tenham bloqueios emocionais durante toda a vida", afirma Ângela Elizete Herrera, terapeuta de família e
pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Estudo da Família, da PUC-SP. A administradora Janaina Bauer Lemos, 35 anos, é um exemplo. Como mãe, reproduziu com os filhos o modelo de frieza da infância. "Não consigo abraçar e beijar os meus filhos ou falar de sentimentos com eles. Não posso dar aquilo que nunca tive", revela. Janaina não é a única. Há três anos, a advogada Adriana Sabbag, 39 anos, enfrentou as angústias do bloqueio afetivo quando nasceu o seu primeiro filho. Teve depressão pós-parto e até hoje passa por dificuldades para restaurar a emotividade com a família. "Não consigo estar inteira com eles. Tenho pouco tempo para o meu filho e muito trabalho", diz ela, que atribui parte do
problema às dificuldades vividas durante a gestação, quando o marido foi transferido para outra cidade. Sem apoio da família, teve de se dirigir sozinha para a maternidade no dia do parto. E não consegue perder os 15 quilos adquiridos com a gravidez. "Admito que às
vezes me falta paciência e descarrego as minhas angústias no meu filho e no meu marido", diz.
No passado, os homens eram criados para não demonstrar sentimentos, nem mesmo com os
filhos. Hoje, pais afetivos são valorizados na nossa sociedade. Na família Tavolaro é o pai que
chora, beija, abraça e se emociona com a prole. "A gente vive grudado, conheço todos os amigos deles. Saímos juntos para tomar cerveja e conversar", conta o empresário Humberto Tavolaro, 51 anos. Divorciado há 16 anos, nunca abriu mão da convivência com eles. "Quando eram crianças, me visitavam todas as quartas-feiras e nos fins de semana.
Dormíamos todos juntos numa cama de casal. Eu no meio, um filho do lado esquerdo, o outro do direito e a menina no meu peito. Era o máximo", conta Humberto, presença certa em campeonatos de futebol e apresentações de balé. Durante sessões de terapia familiar, Humberto teve um exercício desafiador no papel de filho. Escrever uma carta ao seu pai e expressar todas as emoções guardadas ao longo dos anos. "Achei que seria superfácil, mas, na hora, vi quanto é difícil falar para as pessoas que amamos quando supomos que elas já sabem disso."
Escrever tem suas vantagens. Estudo da California University, de 2007, revela que colocar
sentimentos em palavras produz efeito terapêutico no cérebro, pois parte da emoção já é liberada no papel. "Quando se escreve a palavra raiva, há uma diminuição da resposta da sensação na amídala", diz Matthew Liberman, autor da pesquisa. "O que torna a emoção algo negativo é justamente a supressão da sua primeira manifestação", afirma o psiquiatra José Maria Martins.
"O acúmulo de feridas deriva em emoções secundárias, que desencadeiam ações
negativas." Segundo ele, a raiva não expressada transforma-se em ressentimento ou, se
acompanhada de culpa, pode levar a uma depressão. O medo negado torna-se ansiedade
crônica, a tristeza vira apatia e a afeição não manifestada deteriora-se em sentimentalismo. Por isso, negar as emoções é negar a essência do que nós somos: humanos.

Artigo retirado do site: 
Publicado na revista Isto é,  em 16/04/2009.

domingo, 2 de outubro de 2011

indo com o vento...


O dente-de-leão, que belo símbolo de desprendimento, talvez a primeira ideia que vem a nossa mente é que tudo se perdeu para esta frágil planta, foi-se, que flor gostaria de ter suas pétalas despedaçadas arbitrariamente pelo vento? Ou quem de nós gostaria de ter suas mais profundas ostentações levadas pela dureza da vida. Ostentações, sim, ostentações, temos a tendência de nos apegarmos às nossas mais lindas qualidades, guardá-las para nós, temos tanto medo de dar, de simplesmente nos deixar levar pelos ventos que trazem não apenas a confusão, mas também a possibilidade de espalharmos tudo aquilo que temos de bom ...
Mirando o exemplo da pequena dente-de-leão, sou levado a pensar no quanto essa pequena flor se entrega a fim de que sua semente se propague, ela é capaz de desnudar-se para que sua beleza se estenda, tem a habilidade de resignar-se diante do temeroso vento com o propósito de deixar um belo legado. Mirando a mim mesmo, pergunto-me: sou capaz de servir-me do exemplo da pequena dente-de-leão, permitir que as minhas pétalas que me servem de proteção ofereça beleza a outros, mas o que me diriam se todas as minhas belas qualidades de mim se esvaíssem, ou pior, como poderia suportar a minha nudez exposta?

Os ventos são inevitáveis, são necessários, do contrário as belas dente-de-leão seriam apenas espécies em extinção, sua descendência não encontraria eco se as mesmas fossem egoístas, conservando-se para uma morte marcada pela murchidão... O mesmo acontece conosco, se não permitirmos que os ventos que vem ao nosso assalto nos leve aquilo que há de mais precioso, de modo nenhum espalharemos a semente do que há de mais belo em nós. Só através do amor somos capazes de dar, porque foi uma semente de amor derramada na dura terra de nosso coração regada pelo mais precioso sangue que hoje nos possibilita estarmos aqui, aguardando a nossa vez de liberarmos nossas sementes capazes de encher a terra com o perfume das mais belas flores espalhando a alegria, matéria-prima de nossa formação!

*Achei o texto formidável.
Belas palavras.
Tirei de uma leitura do blog de eddyeshua.blogspot.com

Ótima semana a todos!